quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Orismar Rodrigues *21/04/2007 +23/10/2007

Depois de Paulo Autran, ontem se foi uma lenda do jornalismo social pernambucano - Orismar Rodrigues.

Titular da coluna "dia-a-dia" do JC há dez anos, ele começou a escrever sobre as "finas e fofas" e sobre o "PIB pernambucano" - era assim que ele se referia aos "bem nascidos" do estado -, como interino da coluna social do João Alberto no DP.

Mas o por quê do post?

Simplesmente porque há dez anos eu lia a coluna dele todo dia. Quando não a lia, parecia estar me faltando algo. Lia, não para saber de fofocas, mas para me informar mesmo.
Além de que eu gostava do estilo dele escrever e das pérolas que publicava. Eu me divertia lendo suas notas. Inclusive pretendia reproduzir aqui no blog algumas das notas que eventualmente saísse na coluna dia-a-dia.
Mas agora só resta lamentar.
Descanse em paz, Orismar.
Os salões do céu muito provavelmente devem estar abertos para você.
A lenda fica.

Poeta

Além de um fino humor para escrever a coluna social, Orismar Rodrigues também era promissor poeta (até então desconhecia esse seu lado).

Portanto, reproduzo aqui um poema de sua autoria, capa do especial JC:


Obediência

Chegou a hora de partir.
Meu Rei me chama.
À sua casa vou lhe servir.

Se é doce ou amargo
o vinho que me dá de beber
não importa.
é d'Ele meu coração.

Quando os sinos dos Jerônimos soarem o tempo,
fechem-me a morada com gerânios encarnados e alecrins.
Que as serpentes arrastem sobre meu túmulo
seus ventres amaldiçoados.
Nada mais há para temer.

Lisboa, verão de 1994

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